Sarah Varcas, 17/07/2020
Fonte: https://astro-awakenings.co.
Esta lua negra (a segunda de duas luas novas no mesmo signo do zodíaco) chega em um momento de imensas mudanças e grande incerteza no mundo inteiro. Em Câncer, o signo da verdadeira família, ela nos lembra que não podemos viver – e nem vivemos – separados uns dos outros, por mais isolada que a nossa existência possa parecer, à primeira vista. Nos últimos meses, fomos ensinados a temer uns aos outros, a nos recolhermos aos nossos lares, por trás de máscaras, a dois metros de distância; a abandonar nossas expressões cotidianas de intimidade e afeição que afirmam nossa humanidade, como um aperto de mão, um abraço, um sorriso para um estranho, um braço ao redor do ombro em um momento de angústia, ou um dar-se as mãos em momentos de intimidade. Para alguns, até a intimidade sexual – a expressão mais privada e pessoal de abertura e confiança – foi negada por sanções governamentais sobre quem tem permissão para se relacionar com quem, como e quando.
AFINAL, O QUE É SAÚDE?
A suposição de que tudo isto é de interesse da nossa saúde levanta questões importantes sobre o que, de fato, é saúde e o que realmente a compromete. Será mesmo verdade que nós nos mantemos saudáveis evitando os outros, temendo uns aos outros, desumanizando os outros ao considera-los transmissores de doenças? Ou nos mantemos saudáveis quando expressamos livremente amor e afeição, quando nos socializamos e compartilharmos intimidades, quando desfrutamos da liberdade de viver uma vida positiva e criativa neste momento, e não uma vida reduzida pelo horror ao presente e medo do futuro? Será que, na verdade, o que nos mantém saudáveis não é abraçar a vida, incluindo seus riscos e desafios, sabendo que, ao fazer isto, estamos falando para o nosso corpo, mente e espírito que a vida não é para ser temida, mas para ser vivida, experimentada e saboreada? E que até aquelas coisas que nós tememos têm sabedoria para compartilhar conosco, se o permitirmos?
Quando ativado pelo medo, Câncer recua para a mentalidade "nós e eles". A suspeita cresce, a autopreservação assume o controle; afastamo-nos do relacionamento com todos, exceto com aqueles que consideramos "seguros" – nosso círculo mais próximo, de pessoas de confiança, que estimamos plenamente e sem hesitação. Não me entendam mal; o apreço canceriano é uma coisa linda. Ele nos alimenta e nutre em todos os níveis. Manifestado através de uma refeição cuidadosamente preparada, tanto quanto através de uma sincera declaração de amor e apoio, ele nos ajuda a nos sentirmos seguros quando estamos sob ameaça, e protegidos quando nos sentimos vulneráveis. É o amor irresistível de uma mãe por seu filho recém-nascido ou o aconchego de um fogo crepitante e uma tigela fumegante de sopa quando está gelado lá fora. Todos nós precisamos de alguns desses cuidados, mesmo (e especialmente!), quando adultos. Mas isto fica reduzido, quando nosso amor por aqueles que nos rodeiam é definido por nosso medo daqueles que estão fora desse círculo de confiança.
O medo do “outro” está sendo vigorosamente incentivado pelas narrativas predominantes na mídia e no discurso político, hoje em dia, razão pela qual essa Lua Negra nos parece tão importante! Porque ela nos lembra que essas narrativas só ganham força quando o permitimos. Elas só se tornam "verdadeiras" quando agimos de acordo com elas e propagamos suspeitas doentias em vez de nutrir um sentido saudável de comunidade.
AGARRE-SE Á SABEDORIA INTERIOR
Saturno está em oposição a esta Lua, reprimindo nossa sensibilidade, intuição e relacionamentos, se o permitirmos. Mas não precisamos permitir! Os pronunciamentos dos “especialistas” – novos a cada dia, ao que parece – raramente, ou nunca, são fatos incontestáveis, apesar de serem apresentados como tal. Para cada voz que diz uma coisa, há outra dizendo algo diferente. Mas esta segunda, provavelmente, está sendo silenciada, ridicularizada, censurada ou banida. Isto é Saturno em Capricórnio em oposição a uma Lua Negra em Câncer: as autoridades (Saturno) decidem a narrativa e formatam-na em conformidade com sua decisão. Como resultado, nós ficamos cada vez mais afastados do nosso conhecimento e sabedoria internos (Lua em Câncer), a respeito do que é verdadeiramente melhor para nós nas circunstâncias únicas da nossa vida. É assim que perdemos nosso relacionamento instintivo com uma verdade superior, tornando-nos cada vez mais vulneráveis às “verdades” daqueles em que muitos não confiariam em qualquer outro assunto! – verdades concebidas para espalhar o vírus do medo.
APRESENTANDO A MINHA MÃE!
Tenho pensado muito na minha própria mãe, nos últimos meses. Ela faleceu há cinco anos e estou contente por ela não estar viva para testemunhar o mundo em que estamos vivendo hoje. Nos seus últimos anos, pouco lhe era mais importante do que a liberdade de “ir às lojas”, como ela dizia. Essa era a sua comunidade. Ela conversava com as pessoas no ponto de ônibus, na fila do caixa, atrás do balcão e estava sempre pronta para sorrir e trocar palavras amáveis com um estranho, ou estender uma mão firme para ajudar alguém mais frágil a descer do ônibus.
Quando eu era criança, minha mãe me ensinou, pelo exemplo, o valor de conversar com as pessoas à nossa volta, no nosso dia-a-dia. Não posso nem imaginar como o fato de estar confinada em sua casa por meses a fio teria destruído rápida e profundamente o seu bem-estar. Esta Lua Negra nos aconselha a lembrar daqueles, em todo este mundo, que estão ocultos das nossas vistas, que não ganham as manchetes todos os dias; cujas vidas, meios de subsistência, saúde física e mental, relacionamentos e aspirações foram dizimados, não por um vírus, mas pelo isolamento imposto e suas muitas consequências. Porque eles também são importantes; eles não são apenas “efeitos colaterais” numa guerra contra um inimigo invisível, ao qual se espera que todos nós nos submetamos.
AS DUAS FACES DA CONJUNÇÃO SATURNO/PLUTÃO DE 2020
Tudo isto começou com a conjunção Saturno/Plutão em janeiro. Isso não foi um presságio de doença, mas um símbolo do poder totalitário imposto de cima. Na minha atualização de janeiro de 2020, escrevi: “Confiar naqueles que estão no poder para agir em favor do nosso bem-estar coletivo pode ser o maior erro que poderemos cometer este ano! E ser a mudança que queremos ver no mundo pode ser nosso maior ato de poder.”
E É ISSO QUE EU QUERO DIZER!
Desde então, temos vivenciado a face mais opressora e pessimista dessas energias, refletida na oposição entre Saturno e esta Lua Negra. Mas essa não é a única face deles. Saturno alinhado com Plutão também reflete um imenso potencial curativo – a manifestação sábia (Saturno) da soberania pessoal e a mudança de dentro para fora (Plutão), que realinham poder e autoridade (Capricórnio) para servir a uma programação (conjunção) mais elevada e libertadora. Esta programação começará a tomar forma em dezembro deste ano, quando Júpiter e Saturno estiverem em conjunção no primeiro grau de Aquário. E cabe a nós moldá-la, defini-la. Não estamos presos à energia desgastante e densa do mundo da atual conjunção Saturno/Plutão – a expressão menos criativa e mais opressora das energias dessa conjunção. Podemos optar por leva-las a um nível superior e expressá-las de maneira mais construtiva e otimista. Este novo ciclo da Lua Negra nos ajudará a fazer exatamente isso.
Entre agora e novembro de 2024, quando Plutão completará sua jornada por Capricórnio, seremos testados, com certeza. Mas não precisamos ser partidos. De jeito nenhum! Estes anos são o cadinho no qual pode ocorrer uma imensa alquimia – uma alquimia potencializada pela nossa recusa a ser divididos. Sempre haverá diferentes perspectivas, prioridades, crenças e opiniões. Afinal, somos mais de sete bilhões! Mas um mundo no qual apenas os que concordam com a “narrativa oficial” têm direito a credibilidade e respeito, e todos os outros são alvos “legítimos” de zombaria (na melhor das hipóteses) e, mais frequentemente, de difamação, censura e abuso, não é um mundo onde amor, respeito e companheirismo façam sucesso. E estes são vitais para a saúde e o bem-estar de todos – seja você quem for e onde quer que esteja.
Então, vamos dar as boas-vindas para esta Lua Negra e acolher o novo ciclo que ela inicia – um ciclo de amor e compaixão, de intimidade, carinho e afeição. Só podemos ser divididos se optarmos por sê-lo, assim como acontece com todas as coisas. Canceriana, esta lua nos aconselha a abraçar uns aos outros com afeição, e a não rejeitar o “estranho” por medo.
Aprenda mais sobre Lua Negra aqui (em inglês):
https://astro-awakenings.co.
© Sarah Varcas. Todos os direitos reservados.
É dada permissão para compartilhar livremente este artigo em sua totalidade, desde que seja dado todo crédito ao autor. E que seja citado o site onde este texto é oferecido gratuitamente: www.astro-awakenings.co.uk.
Tradução de Vera Corrêa veracorrea46@gmail.com
TEMPLO DO SOL
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