Aconteceu que um mestre Zen foi chamado como convidado.
Alguns amigos haviam se reunido e estavam comendo e conversando quando,
de repente, houve um terremoto.
O prédio em que eles estavam era um prédio de sete andares,
e eles estavam no sétimo andar, então a vida estava em perigo.
Todo mundo tentou escapar.
O anfitrião, correndo, olhou para ver o que tinha acontecido com o mestre.
Ele estava ali sem uma ruga de preocupação no rosto.
Com os olhos fechados, ele estava sentado em sua cadeira
da mesma maneira que estava sentado antes.
O anfitrião sentiu-se um pouco culpado, sentiu-se um pouco covarde;
não fica bem que o hóspede fique sentado e o anfitrião fuja.
Os outros, os outros vinte hóspedes, já tinham descido as escadas,
mas ele parou, e se sentou ao lado do mestre.
O terremoto chegou e passou, o mestre abriu os olhos e retomou
a palestra que, por causa do terremoto, havia interrompido.
Ele continuou, exatamente na mesma frase - como se o terremoto não tivesse acontecido.
Vendo o mestre sentado com os olhos fechados, sentado tão tranquilo,
tão imperturbável, o anfitrião se sentiu um covarde, sentiu que também não deveria ter corrido.
Então voltou e sentou ao lado do mestre.
Disse: Gostaria de fazer uma pergunta. Nós todos tentamos fugir. O que aconteceu a você?
O mestre disse: "Eu também fugi, mas você fugiu para fora, eu fugi para dentro.
Sua fuga é inútil porque para onde quer que você esteja indo
lá também há um terremoto, então é sem sentido, não faz sentido.
Você pode alcançar o sexto andar ou quinto ou o quarto,
mas lá também há um terremoto. Eu fugi para um ponto dentro de mim
onde nenhum terremoto jamais chega, não pode chegar.
Porque entrei em meu centro.
Maya Shanti
TEMPLO DO SOL
Era da Paz
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