quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O AMOR NA PRESENÇA DO MEDO E DO ÓDIO

 26 de Agosto de 2020


Com o tiroteio de Jacob Blake em Kenosha, Wisconsin, testemunhamos, horrorizados e tristes, algo que pensamos que não poderia acontecer da mesma forma novamente, após a morte de George Floyd. No entanto, isso aconteceu. Este tiroteio, com seu aparente efeito fisicamente incapacitante, mais uma vez despertou os sentimentos de raiva e indignação nesta nação diante do tratamento dispensado aos negros. Em alguns, isto serviu de incentivo para instigar motins e vandalismo, não como forma de protesto, mas como forma de gerar maior agitação no público em geral.

Quando as emoções estão intensas, quando elas afetam milhões de pessoas, nós as sentimos correndo através de nós e pensamos que são nossas, quando são apenas parcialmente nossas. E porque a corrente de emoção coletiva é tão forte e na maior parte indistinguível de nosso próprio sentimento, perdemos de vista a escolha que temos em cada situação e em cada momento sobre como sentir.

Podemos pensar que não somos afetados por essas correntes em massa, influenciados por energias invisíveis, mas somos. Como resultado, devemos trabalhar com maior diligência para nos separar. Na privacidade de nossa própria consciência, devemos nos perguntar: “Qual é a relação correta com esta situação de dor e tristeza que agora foi criada novamente? Qual é a relação correta entre o tiro de Jacob Blake e os protestos que ocorreram como resultado?’

Temos uma escolha a respeito de como nos sentimos. Podemos começar nos sentindo de uma maneira, mas nossa profunda decisão de defender a luz e o amor e de que nossas respostas sejam úteis para os outros em vez de contribuir para um dano maior, pode nos levar na direção certa. Primeiro, devemos acreditar que temos uma escolha.

Em uma época em que o medo, o ódio e as formas menores desses que são a ansiedade e a raiva estão sempre presentes e generalizadas, temos uma escolha. O amor é uma escolha que podemos e devemos fazer. O amor é a única escolha que não irá adicionar mais lenha a um fogo que já está se tornando uma conflagração e que já se apoderou dos corações daqueles que estão mais disponíveis aos pensamentos de violência e das ações que decorrem desses pensamentos.

O amor é a água que apaga o fogo e, quer apareça apenas em nossos próprios corações ou possa ser transmitido aos outros de maneira visível, é a força universal do bem sobre a qual o mal não tem poder. Por esta razão, o amor se transforma, não através da fraqueza, mas pela força. Não através da força visível, mas através da gentileza invisível.

Escolher o amor na presença do medo, do ódio e da demonização de certos grupos por outros grupos, é uma tarefa para todo ser que deseja servir à luz. O amor não exclui os outros com base no conteúdo das idéias de outra pessoa, nem exclui os outros porque eles retribuem apenas ódio e animosidade. O amor só pede a oportunidade de amar mais.

O amor também não exclui o desejo da ação correta, ou o desejo de que o dano aos outros seja evitado. Não é passivo ou inerte. Mas as ações a que isso leva não são contra algo, mas a favor de algo. Ao defender a verdade que sustenta, mostra o caminho para o aperfeiçoamento humano.

O amor não participa do aumento do caos, acrescentando às correntes do medo e do antagonismo que estão presentes. Em vez disso, ele busca ver a luz dentro da escuridão, onde quer que ela apareça. Por essa razão, o amor não julga  os outros com dureza que discordam do próprio ponto de vista, mas vê a pureza do idealismo que pode ser a verdade central de quem seguiu uma direção diferente e pode ser influenciado por correntes emocionais que são temerosas e odiosas.

Em uma época de medo e ódio, a escolha do amor é a escolha mais importante que o coração pode fazer. Deve-se realizar essa escolha com cada fibra de seu ser, pois as forças reunidas para derrotar tal escolha são fortes e fortalecedoras, e aqueles que se comprometem a permanecerem fiéis ao amor são os curadores do mundo.


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Tradução: Regina Drumond - reginamadrumond@yahoo.com.br


TEMPLO DO SOL

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